15 de jun. de 2014

V - Nirvana


De todas as possibilidades disponíveis no universo, você deve ser capaz de fazer uma escolha. Todos os dias Veridiana andas pelas ruas frias e molhadas da sua cidade à procura de sua escolha perfeita: a felicidade.


Num dia qualquer, um dia daqueles que a gente não espera que nada diferente possa acontecer, uma cigana pediu a mão de Veridiana para que ela pudesse ler a sua sorte. A cigana disse pra ela que ela encontraria sua felicidade na rua, quando ela menos esperasse. Assustada, mas crente, ao mesmo tempo, Veridiana tomou as palavras da cigana como verdade e lhe deu duas moedas.

E pelos trezentos e cinquenta e cinco dias, dezoito horas, oito minutos e mais outras infinitas unidades de tempo que podem ser mencionadas, ela andou pelas ruas à procura da felicidade. Tão preocupada com as palavras da cigana e em encontrar a tão sonhada felicidade, esqueceu do aniversário da mãe, da formatura da sobrinha, não molhou as plantas no jardim, esqueceu de levar seu cachorro para passear duas vezes consecutivas na mesma semana, negou sorrisos à vizinha e mais umas centenas de milhares de possibilidades que a felicidade esteve ao seu lado e ela não a viu, mesmo que estivesse procurando por ela com todo seu coração.

Assim como ela escolheu dar a mão a cigana pedinte na rua, para a qual ela escolheu dar apenas duas moedas pelo destino de sua sorte, ela deixou passar infinitas possibilidades de ser feliz por estar preocupada e ocupada com sua busca. A felicidade está nas coisas mais insignificantes que, de um momento para o outro, podem se tornar a mais importante de todas. Milhares de pingos de chuva inundam um rio e milhares de coisas insignificantes podem inundar sua alma de felicidade.

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