Nunca fiz
jus ao meu nome.
Meu nome
significa “fortunado, um homem de sorte” e sorte foi algo que nunca tive. Muito
pelo contrário, meu dom é outro. Tenho o dom de estragar tudo que acontece na
minha vida. Sou incapaz de fazer qualquer coisa durar o tempo necessário ou o
suficiente.
Nunca serei bom o suficiente para ninguém. E autoconfiança é algo
inatingível, porque autoconfiança é algo que surge quando a gente conquista
algo. Imagino que estou andando num deserto todos os dias. Um deserto de calor
escaldante e assolador.
O
que faz do deserto um lugar infernal é o calor e luz excessivos. E a vida é
como um deserto, em sua essência. Andando pelas ruas desse deserto, ao dia, o
brilho dos que conseguem manter “situações” ofusca meus olhos e me deixa
desnorteado. Ah, como gostaria de ter sido um homem de sucesso. Ando com uma
sede insaciável por esse deserto de concreto com pessoas de luz. Os dias são
tortuosos e as noite ainda mais. Assim como num deserto de verdade, os dias são
ensolarados e quentes e as noites frias e escuras.
É
durante a noite que o vazio atinge meu coração. O frio, gerado pelo medo de
ficar sozinho me consome, me tornando ansioso e incapaz de manter nada. E,
irrevogavelmente, o tempo passa e vamos ficando velhos e enrugados. E se a
beleza, que é claro, nunca foi meu forte, acaba com a velhice, quem dirá então
a beleza do velho de um jovem feio? Visto as mesmas roupas na esperança que
alguém me reconheça.
Cor: A cor da Luz.
Música; Strange Birds - Birdy
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