1 de fev. de 2011

O fim

- Não Jaspis, não faça isso!
O silêncio era mortal.
- Jaspis, sou eu seu melhor amigo... Você quer fazer o favor de tirar a faca da minha cara?
Um sorriso foi avistado nos lábios de Jaspis. Um sorriso indefinido, meio de lado.
- Ah, tá rindo agora que seu amigo tá encurralado não é?

 Jaspis. Um nome curto pra um sujeito com um grande mistério. Ele gostava de ler. Ler era o que deixava ele calmo, pacífico. Ninguém ousava encostar nos livros impecáveis e grossos de Jaspis. Mas o que se passava na cabeça daquele menino?
- Jaspis, você pode ficar infeliz com o que você vai fazer com essa faca.
A faca cai no chão. Como um estalo no ar, as únicas palavras de Jaspis são ásperas.
- Ok, já que você quer, tentei te ajudar, você recusou.
Saulo não entendeu o porque do que o menino mais misterioso da escola disse e ficou ali parado até Jaspis sair daquele beco escuro mas com um intenso tom de vermelho. Após o choque, Saulo foi até o final do beco pra verificar se havia outra saída e achou o que não queria.
- Sabia que você viria Saulo.
- Quem está aí?
- Sua dívida não foi paga.
- Dívida? Que dívida?
Agora Saulo lembrara o porque de estar naquele beco. Um bilhete, misterioso, marcando um encontro no beco escuro da rua Clinton. Mas ele achara que fora Jaspis quem o havia mandado.
- Vai me dizer que não se lembra do que você roubou de seu melhor amigo?
- Que amigo? - diz ele com avidez.
- Jaspis.
Saulo sente uma dor no peito. A primeira gota de chuva bate em seu nariz. Depois a chuva cai de uma só vez.
- Jaspis? O que eu tenho com Jaspis?
- Foram 3.
A conversa soava mais engraçada do que ele esperava.
- Deixe me adivinhar... Você está tentando me dizer que eu sou o errado?
- Parabéns, captou a base. Saulo, sabes que não perdestes só o Jaspis.
Foi como uma facada no peito. Agora ele lembrava de tudo. A dor que tomou conta dele por muito tempo voltou como uma flecha de cupido.
- E você acha que eu não sofri com isso também?
- Mas eu, Jaspis e Brianna sofremos mais ainda e agora estamos te oferecendo ajuda!
- Ajuda? Isso não são amigos! Amigos ajudam quando se precisa, mas vocês, principalmente o Jaspis, só se afastaram de mim! Só porque eu sou desse jeito, não significa nada! Sou feliz com minha vida de agora, e vocês não importam.
Saulo dizia isso com dores no coração, já que não era verdade. Ele ainda procurava a voz que vinha da escuridão. Apesar disso, ele saiu correndo e foi para casa de seus novos amigos. Chegando lá, abriu a porta e viu sua nova namorada aos beijos com outra mulher. Saulo ficou mudo e paralisado. Sua namorada veio e o pegou pelo pescoço, deu um beijo em sua boca e disse:
- Sabia que você voltaria, você me deve algo.
- Angela, você sabe que o que você quer eu não posso te dar e
Angela meteu outro beijo na boca de Saulo e o mesmo sentiu algo roçar a barriga dele.
- Tá sentindo essa faca? Estava no correio com seu nome. Porque você receberia uma faca?
- Não sei, talvez...
- Talvez seja pra eu testá-la em você. E veio um bilhete junto, onde estava escrito: "A faca que quis te ajudar, agora vai te matar."
Saulo ficou mais paralisado que antes. Sua vida estava um desastre.
Ele tomou a faca da mão de Angela e enfiou na barriga dela. Angela gritou de dor e a mulher a quem ela beijava veio com uma arma e atirou em Saulo. A "namorada" de Angela saiu correndo com ela nos braços. Mas Saulo... teve o fim que desejou ter.

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