9 de jul. de 2010

Dança

_Para com isso Saulo.
_ É verdade, é verdade!
Todos os amigos de Saulo não acreditavam no que ele dizia. Parecia mentira. Ele tinha visto algo espetacular no dia anterior.
Saulo estava no seu quarto olhando o trem passar. De repente ele percebeu uma aglomeração de aves em um pé de manga bem grande, a frente dele. Continuou observando, achando interessante o movimento delas.
Foi quando começou o que pareceu um sonho para ele. O vento batia na árvore fortemente, levando a árvore a fazer uma dança. Enquanto isso, as aves em sincronismo rodeavam a planta dançante.
Saulo observava aquilo tão atentamente que nada o desprenderia dali. Começaram aparecer outros pássaros, de outras espécies. Foi aí que ele percebeu que o trem já havia passado, mas logo voltou sua atenção para a dança. Após mirar seus olhos pra lá ele percebeu que havia chuva vindo dos dois lados, como uma cortina esbranquiçada, ao mesmo tempo transparente.
Ele desceu correndo as escadas, virou a cabeça pra cima com os olhos fechados e sentiu a chuva. Sentia como se estivessem milhares de dedos alisando sua pele, mas dedos gelados, que batiam e rebatiam. Ouvia o canto sincronizado dos pássaros que ao ouvido de qualquer outra pessoa seria um fuzuê. Aquele era o momento dele. Ninguém poderia tirá-lo dali. Saulo se entregou de vez e deitou-se na grama molhada. Fazia das mãos uma conchinha e jogava água cristalina no seu rosto. Era tudo tão mágico.

_Para com isso Saulo.
_ É verdade, é verdade!
_Até parece que pássaros vão fazer dança na chuva né.
A única coisa que os amigos de Saulo não perceberam é que quando se dá valor as coisas simples e bonitas da vida, tudo fica mágico. Não importa onde ou com quem, você se sente nas alturas. Uma coisa indescritível. Pode testar.

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